A análise estatística da acidentalidade em 2014 já está disponível no site do Detran/RS. O relatório é divulgado mensalmente sempre no mês posterior ao corrente, para contabilizar não só as mortes no local, mas também as decorrentes de traumas de acidentes de trânsito. A metodologia que acompanha os 30 dias pós-acidente obedece às recomendações da Organização Mundial de Saúde e oferece um retrato mais confiável da realidade da violência no trânsito.

Embora em 2014 o número de mortes tenha aumentado 1,9% em relação a 2013 (passou de 1.985 para 2.023), a variação não acompanhou o crescimento da frota (6,6%) e do cadastro de condutores (3,7%). Quando se analisam os índices, relacionando acidentes com a frota, mantém-se a tendência de queda: de 3,5 passou para 3,4 mortes a cada 10 mil veículos da frota. Os índices em relação à população e à frota são os mais utilizados internacionalmente, visto que os dados da acidentalidade devem ser relacionados a algum indicador de exposição ao risco.

Acidentes mais graves

A variação dos acidentes com mortes (+2,9% em relação ao ano passado) foi maior que a variação do número de mortes. A representatividade dos acidentes graves (com três vítimas ou mais) passou de 1,7% em 2013 para 1,8% no ano passado. Foram 33 acidentes desse tipo em 2014, contra 30 em 2013. No geral, entretanto, a taxa de vítimas por acidente diminuiu de 1,12 para 1,11.

Acidentes com três vítimas ou mais ocorrem com mais frequência nas rodovias. Em 2014, quase 80% desses acidentes ocorreram em estradas. Isso pode ser explicado, em parte, pela combinação de velocidade e ultrapassagens forçadas, dois importantes fatores de risco no trânsito.

Vítimas

Os jovens e jovens adultos continuam sendo as vítimas vulneráveis no trânsito. Enquanto a faixa dos 18 a 39 anos representa 34% da população, eles são 43% das vítimas de trânsito. Entre 2007 e 2014, a participação dos jovens entre as vítimas de trânsito tem sido a mesma, oscilando em torno de 45%. Já a participação do grupo com mais de 60 anos vem crescendo, passando de 16% em 2007 para 20% em 2014.

A participação das mulheres entre as vítimas de acidentes de trânsito mantém-se em torno dos 20% ao longo dos anos, mas as mulheres mortas na situação de condutora ou motociclista cresceu 66% de 2010 para 2014.

Planejamento

O estudo do Detran/RS apontou que mais de um terço dos acidentes em 2014 ocorreram entre as 18h e a meia-noite e quase 40% dos óbitos ocorreram nos finais de semana. Os sábados e domingos à noite, portanto, merecem especial atenção dos órgãos de trânsito.

Os dados estatísticos vão subsidiar o planejamento das ações de fiscalização e comunicação do Detran/RS em 2015. O estudo será encaminhado também para todos os órgãos relacionados à segurança no trânsito. O mapeamento dos pontos críticos da acidentalidade é uma ferramenta importante para ações de fiscalização em operações como a Balada Segura e a Viagem Segura.

“As projeções para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito nos mostram que foram salvas 581 vidas em 2014. O resultado fica um pouco abaixo da meta para este ano (pelo menos 673 vidas salvas para chegar à metade da projeção em 2020). Devemos manter os programas que estão dando resultado, mas também pensar em novas soluções para enfrentar esse problema”, avaliou o diretor-geral, Ildo Mario Szinvelski.